segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Os Elos Familiares - Pais e Filhos


Os Elos das Almas [continuação]

    Família Columbus com Sextuplos  de Ohio - EUA

Dando continuidade a série de postagens sobre os elos que unem as nossas almas às de pessoas próximas, poderia começar falando do controverso tema Família como um todo, porém, a relação entre pais e filhos é o eixo mais importante de uma pessoa, por isso achei melhor começar abordar este aspecto da família.

Antes de entrarmos nas razões invisíveis de porque um relacionamento entre pais e filhos funciona ou não, vamos olhar o que está nitidamente diante de nossos olhos. A nossa sociedade contemporânea cometeu uma porção de desatinos para chegar no ponto em que está hoje. Um deles foi ter pregado que os pais tinham poderes ilimitados e irrestritos sobre seus filhos, vendendo-os a casamentos infelizes ou condenando-os a uma carreira que odeiam. Ainda hoje há resquícios desse desejo que força filhos a seguirem o que seus pais desejam sem ao menos questionar o porquê fazem isso. Por estarmos vivendo esta ideologia a tanto tempo, talvez, aceitamos como verdade que estamos aqui única e exclusivamente para servir nossos pais e seus desejos, mesmo contra nossa vontade.



Isso, na verdade, está bem longe de ser verdadeiro. Os pais são, ou ao menos deveriam ser, mentores e guias neste mundo e passar o conhecimento necessário aos filhos para que estes possam fazer opções. Por vezes devem ser firmes, é claro, mas jamais colocar sobre o ombro dos filhos um fardo equivocado.

O Leitor, neste momento, deve estar se perguntando o que seria um fardo equivocado. Ora, há pais que não puderam realizar seus sonhos de juventude. Queriam ser ou fazer algo que, por algum motivo, não puderam ou não conseguiram fazer. Então eles repassam este desejo aos filhos que, mesmo não tendo o mínimo de vocação ou talento para aquilo, acabam fazendo por terem escutado desde crianças que era aquilo que deveria fazer quando atingisse a idade adequada. E quando crescem se apegam à máxima de que “seus pais sabem o que é melhor para você”. Assim, os filhos desistem de seus próprios sonhos para viverem os sonhos dos pais e muito provavelmente repetirá o mesmo comportamento com seus filhos, dando origem a um ciclo vicioso de gerações e gerações de adultos insatisfeitos e frustrados.

Há ainda um outro caso diferente, mas de efeitos similares. O pai ou mãe em questão, não se realizou em determinada coisa então, parece se empenhar ao máximo para boicotar o sucesso do próprio filho. O que pode ser agravado ainda mais com a crença que tem e procuram transmitir aos filhos de que não há outra forma de viver a não ser abrindo mão do que mais se quer.E, se seus filhos sucumbirem a ladainha de que “ na vida não se faz o que se quer mesmo...” ou “a vida é só sofrimento e dor, o resto é utopia...” eles tenderão a fazer exatamente o mesmo com os filhos deles.

E há ainda outro caso em que os pais acreditam piamente que o único caminho para uma vida completa e feliz é seguir os passos da família. Se és filho de advogado, serás advogado. Se és filho de Engenheiro, engenheiro serás. Se és filho de artesão, artesão serás tu e teus filhos, e os filhos de teus filhos, até o fim. As pessoas que acreditam nisso não conhecem outro caminho, portanto é natural que insistam que os filhos caminhem pelo único caminhop que conseguem ver. Imagine se alguém que o ama genuinamente deixará que você siga um caminho na floresta onde ele só vê mata fechada. É claro que ele procurará indicar o caminho mais seguro, livre de empecilhos e cujos obstáculos são bem conhecidos por ele, afinal já passou por ali de todas as formas possíveis.



Quando os pais tentam fazer com que os filhos se realizem por eles fazendo algo que não é o que realmente queriam, estão na verdade lhes dando um fardo equivocado, um peso morto que não pertence a eles, obrigando os filhos carregar uma bagagem que na verdade pertence aos pais. Isso tem acontecido o tempo todo a nossa volta e há muito tempo. E a frustração sempre goste de companhia. Oblitere os sonhos de alguém e este alguém fará o mesmo, quiçá pior, com os sonhos de outra pessoa. Talvez mesmo os seus sonhos. Fique atento portanto.

Desta forma, filhos que se sentem contrariados podem se vingar escolhendo para si parceiros que irritem seus pais ou fazendo qualquer outra coisa que os irrite. Os nossos sonhos são o sopro da Grande Mãe que nos diz o que devemos fazer aqui. É nossa missão, algo que precisamos fazer para sermos plenos e felizes. Algo que irá contribuir para nossa evolução e para o acréscimo de Dharma. Tire o sonho de alguém e você terá uma pessoa vazia e superficial, extremamente ligada aos aspectos fúteis e materiais da vida. Precisamos realizar nossos sonhos porque é importante para nós e para a humanidade realizarmos nossa missão.

Embora sejam séculos de comportamento viciado e que isso torne difícil para você e seus pais ir contra isso, é algo necessário. Quanto mais pessoas se encontrarem e se realizarem, mais pessoas felizes haverá no mundo e é exatamente disso que o mundo precisa: pessoas felizes. Peço ao Leitor que não me tome por utopista ou mesmo um idiota ao dizer isto, porque é sério. Se você não é feliz, não consegue emitir a Luz que ilumina e aquece todos ao teu redor e, é exatamente esta luz, que alimenta e estimula a evolução do Planeta e da Humanidade, por isso devemos cultivá-la. A energia da tristeza, por outro lado, suga a energia em volta como um buraco negro. A energia gerada pelo ódio agride e tenta destruir. A energia que cultivamos é importantíssima para nossa evolução individual e a evolução da humanidade.

Mas vamos supor que você resolva explicar isso para as pessoas, como eu estou tentando fazer. Podemos fazer palestras, seminários, colar cartazes e contar para o mundo que há mais de um caminho, mais de uma maneira, “de se chegar a Roma” e que pais devem apoiar seus filhos em suas escolhas. Provavelmente teremos uma resposta deveras inusitada. Haverá pais com um genuíno interesse e muitos vão ouvir com atenção e boa vontade. Como disse anteriormente, salvo algumas exceções, os pais querem realmente o melhor para seus filhos (a caso se o filho pedir um peixe, dará o pai a ele uma serpente?). Mas logo depois, notaremos o surgimento de uma resistência, como se outras pessoas tivessem falado o contrário e agora os pais ficassem em um conflito interno com ambas as opiniões.



O passado pesa e é um dos motivos pelos quais temos de deixá-lo quando entramos nesta vida. Nossas vidas passadas ficam em algum lugar, esquecidas momentaneamente, simplesmente porque a mente humana ainda é em demasiado limitada e os humanos não agüentariam levar tanto peso por aí. Porém, há sempre o eco das coisas que vemos, ouvimos, vivemos e aprendemos em outras vidas e ás vezes é difícil libertar-se destas amarras. Por isso, não raras as vezes, veremos alguma resistência nas pessoas a novos métodos, novas idéias ou novas metas. Elas não lembram direito, mas lá no fundo há uma lembrança disforme e levemente apagada do que elas viam como certo ou errado em outras vidas. Alia-se isso à bagagem cultural da qual já falei anteriormente e teremos pessoas dizendo aos gritos que “enquanto vivermos sob o teto delas, temos que viver segundo suas regras”.

Os laços que não vemos

Além de todos estes fatores mencionados até agora, há ainda o fator Kharma e a família ‘invisível’. A princípio, pensei em resumir o primeiro em poucas linhas ainda neste post, porém acho necessário uma explanação um pouco mais detalhada a este respeito, prefiro, portanto, fazer o próximo post relacionado ao Kharma, ao Dharma (que poucos conhecem, mas não é menos importante que o Kharma) e a questão do Livre Arbítrio que recebemos da grande Mãe ao surgirmos como entidades vivas. É necessário que entendamos estes fatores para facilitar a viabilização de algumas relações na presente vida. Falarei, por hora, da família ‘invisível’.

Como sabemos, o passado nos dá sua cota de problemas. Há espíritos que acompanham uma família, encarnando e reencarnando inclusive várias vezes na mesma família, talvez por uma dívida Khármica, que entenderemos em breve, ou talvez por elos Dhármicos, que também será entendido no próximo post. Quando estão no período entre – vidas, alguns espíritos podem escolher ficar acompanhando seus entes queridos e de vez em quando dão uns ‘pitacos’ na vida deles. Se são espíritos evoluídos, excelente. Serão ‘pitacos’ de uma excelência indubitável. Porém se são espíritos ignorantes, vão insistir em impor suas próprias vontades e vão soprar opiniões e pensamentos nos que estiverem mais suscetíveis a ouvi-los. Eis mais um motivo  de famílias entrarem em conflitos repentinos. Há mais gente querendo ser ouvida do que supõe nossa vã filosofia.



Então, contra a evolução individual e da humanidade e do bom relacionamento entre pais e filhos , temos a bagagem cultural, a bagagem Khármica e espíritos de parentes desocupados. E a favor, temos pais e filhos que, podem dizer o que quiser mas, precisam uns dos outros e se amam, apesar de todas as rusgas e acidentes de percurso na estrada evolucionista que compartilham.

A maioria dos relacionamentos entre pais e filhos parece cultivar maus momentos com curiosa morbidez. Não só os pais exigem muito de seus filhos, como filhos exigem e esperam demais dos pais, criando uma relação desgastante e auto-exigente, até que ambos começam a perceber que esta relação está cobrando demais deles. 

Vamos ter uma coisa em mente: seus pais eventualmente vão irritar você e você frequentemente irá  irritar seus pais. Ou seja, vocês são mutuamente irritantes, e é assim que as coisas são. Não, não precisa lutar contra isso, apenas aprender a aceitar seus pais como eles são e passar a exigir menos deles, ao fazer isso você começará a perceber que a relação vai aos poucos tornando-se mais leve e o convívio mais harmônico. Procure conversar mais com eles e tente derrubar tabus que a nossa sociedade criou para dificultar nossa vida e nossa evolução. Tente ser capaz de falar sobre qualquer coisa com eles e veja como eles também se abrirão mais com você. Relacionamentos são uma via de mão dupla. O que vai, volta. E não estamos nesta família por acaso.
E deixo também uma dica aos pais: tentem ser mais pacientes e ter mais tempo para seus filhos. Aumentem a qualidade da convivência. E evitem gritar. Filhos realmente odeiam quando pais gritam, você não se lembra quando os seus gritavam com você? Passem mais tempo com os filhos de forma natural e deixem o relacionamento fluir, sem cobrança, sem estresse. Eu não disse que isso vai ser fácil, mas lembre-se estamos aqui para aprender, e aprender requer paciência e sobretudo boa vontade.

Há uma teoria, o Leitor perdoe-me pela expressão, um tanto estúpida de que família vem sempre em primeiro lugar e o fato de algumas pessoas terem o mesmo sangue torna sua ligação muito mais importante. Essa idéia faz com que as pessoas não se preocupem em cuidar de seus relacionamentos familiares. Afinal o sangue é mais forte que tudo e posso fazer qualquer coisa que minha família tem a obrigação de me aceitar e me amar. Compartilho com o Leitor agora um segredo: isso NÃO é verdade. Relacionamentos, especialmente os familiares, precisam de cuidados. Achamos que temos tempo demais com eles e quando eles se vão, percebemos que não tivemos tempo o bastante porque sempre estávamos fazendo outras coisas. Nós devemos amar as pessoas não por causa de uma ligação sanguínea, mas porque são pessoas importantes, porque significam muito para nós e porque é o que o nosso coração quer.

Brigas entre pais e filhos parecessem cada vez piores e é muito triste vê-los brigando. Especialmente quando param de brigar deixando de se falar. Há muitos motivos que levam pais e filhos a quererem cortar relações e levaria muito tempo se eu decidisse expor cada uma delas aqui, mas de um modo geral tudo gira em torno das coisas que cada qual quer do ‘seu’ jeito. É difícil para os filhos admitirem que algumas vezes seus pais tem razão. É mais difícil ainda para os pais perceberem que as ‘mulas descabeçadas’ dos seus filhos às vezes sabem o que estão fazendo. Então como resolver isto? As coisas mudam sempre, o tempo todo, não dá para saber quando um ou outro terá razão e quando um erro poderá ser irremediável. Um “não vá a esta festa” pode mudar o rumo de tudo por exemplo.



A primeira coisa que se pode fazer é acalmar os ânimos. Brigar nunca vai mudar a opinião de ninguém. Se está difícil tocar num assunto sem que todos resolvam elevar suas vozes, fica claro que precisam de um pouco mais de serenidade na relação. Como sabemos, tudo é energia, se as energias estão desreguladas o melhor que temos a fazer é regulá-las. E há diversas maneiras de se fazer isso. Uma delas é através dos alimentos. Se você é quem cozinha em casa, evite o uso excessivo de sal e pimenta nos alimentos, estes temperos são consagrados ao Sol, e inflam o orgulho e aquecem os ânimos e se os humores já estão exaltados melhor não dar mais energia pra isso, não é? Dê preferência a alimentos doces á base de mel e claras. Evite tudo o que for picante demais. Uma ótima receita para acalmar os ânimos é o Pudim da Serenidade, de origem européia ele tem a finalidade de fazer com que aqueles que o comem, se tornem mais amáveis uns com os outros. Aqueles que se interessarem a receita está neste site sobre cultura e crenças pagãs: Circulus Paganus - Pudim da Serenidade .

Um grande abraço a todos, amanhã voltarei com um novo post sobre Elos Khármicos, Dhármicos e a questão do Livre Arbítrio.

Com Carinho,
                   
            Raphaell Convoitise

Um comentário:

  1. Muito bom esta matéria estou mtuh inpolgado com a continuação, ja ganhou um leitor rsrsrs como que faz pra seguir o blog? é só incresver o e-mail?

    ResponderExcluir

Deixe um comentário!