sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A Divinação por meio do Fogo



Hoje, dia 20 de Janeiro, é o dia da divinação por meio do fogo.

Ainda aproveitando a pausa que dei nos posts sobre o caminho das almas (por motivos muito pessoais, que espero que o leitor entenda) resolvi postar sobre este meio divinatório, muito antigo e que, para perguntas mais simples de serem respondidas, é muito eficaz. Como eu já disse anteriormente, os oráculos podem nos ajudar a entender alguns laços que nos unem a outras pessoas, cabe lembrar ainda, um conselho que também em posts anteriores já foi mencionado, é o de não se prender na curiosidade em saber quem ou o que você foi na vida passada. Há um bom motivo para não nos lembrarmos, certo? Pois bem, ai vai. [A fonte deste post está ao fim do mesmo (não quero ser pego pela S.O.P.A =P)]

Mantika é como chamamos, por vias de regra, toda forma de oráculo, e mantikoi a pessoa especializada nesse instrumento.


 Na antiga Grécia esse era um dos momentos de maior importância, pois, segundo Platão, era no sacrifício e nos jogos de advinhação que os deuses estavam mais próximos e íntimos dos homens. Os mais diversos tipos de advinhação e oráculos eram utilizados na Antiga Héllas, desde os mais institucionalizados, como Delfos, Dídima e Éfira, aqui três tipos bem distintos, até aqueles mais simples e objetivos, como o oráculo de seixos de Hermes, o alfabético de Apolo, os sonhos, as juntas de ossos...

Podemos traçar uma linha geral de como esses rituais ocorria.
Em geral, os mais institucionalizados exigiam rituais de purificação, que poderiam ser desde os banhos de mar, khernips ou  outros meios; isto era seguido por um sacrifício ou oferta, e logo depois o consulente apresenta-se com uma prece pedindo aos deuses que lhe permitam ver aquilo que a moirá planeja.

 É sempre bom lembrar que os oráculos são fatídicos, eles mostram as possibilidades para que algo acontece, vez por outra determinam o que pode acontecer, mas isso é sempre o desfecho de um ciclo de ações. Sempre é possível, através da postura adequada, refazer a situação descrita, mesmo porque se observarmos com cuidado, apesar de não serem os mais famosos, a maioria dos instrumentos mantikos era de aconselhamento e não de previsão propriamente.

Nos ritos de Eleusis, uma cerimônia muito importante das celebrações era a leitura da sorte na chama da tocha. As indicações que seguem abaixo são uma releitura a respeito do que sabemos sobre essa técnica.

* Antes de começar, a purificação é sempre exigida. Não é de bom tom apresentar-se aos Deuses sujo. Em caso de uma consulta rápida, o simples lavar das mãos, rosto e pés pode resolver. Mas, se possível o ritual completo é o mais indicado sempre, seja qual rito for.

* Prepare o material a ser utilizado. No caso do fogo, o ideal é um local fechado e com pouca iluminação. Caso a fonte de fogo utilizada seja maior, como fogueira ou braseiros, locais abertos. O fogo deve ser livre de máculas. Sendo assim, use uma vela virgem e pura, da cor relacionada com a deidade, ou se for fogueira, uma madeira de lei, e  nas brasas carvão legal. Era costume temperar o fogo com ervas, a fim de chamar a atenção dos deuses com o perfume das fumaças. Assim, você pode colocar as mais diversas ervas, porém é importante observar para que haja uma relação de coerência entre aquilo que se vai colocar no fogo e o Deus em questão. Você pode colocar açafrão para Ártemis, louro para Apolo, murta para Afrodite, folhas de hera para Dioniso, figo para Hera e carvalho para Zeus...  Também é importante zelar pela limpeza e adequação do local. Prepare o altar com ofertas e líquidos, além das imagens.

Quando começar o ritual, faça primeiro as ofertas, libações e sacrifícios, sempre acompanhados de hinos e preces. A etiqueta ritual preza pela honra daquele que está pedindo, sendo assim, não é elegante pedir alguma coisa, por mais que seja um conselho, sem ofertar nada em troca. E caso não tenha nada preparado para ofertar no momento, prometa retribuir assim que possível, e evidentemente cumpra com suas promessas.

A divinação pelo fogo é feita através dos sinais. Faça uma invocação das divindades que lhe servirão de guia. Em geral, todos os Deuses têm oráculos relacionados a si, alguns são mais desenvolvidos, como Dioniso, Apollon, Hermes e diversos Heróis, outros mais recatados. As linhas dadas aqui sugerem um ritual onde o fogo é recomendado pelas Duas Deusas (Deméter e Perséphone). O primeiro passo após o que foi dito acima é o chamado. Diga algo do tipo:

“Oh Deméter, sempre verde, a distribuir dádivas entre os homens
Assim como nos palácios de Eleusis concebias planos
De grandeza absoluta, possas Tu, Senhora, me ser favorável
E pelos olhos de Hélio que tudo vê e te indicas a direção adequada
Para chegar à Tua filha, a sempre jovem Koré,
Me mostre aquilo que é possível sobre (aqui você insere de forma objetiva a questão)"
Os sinais do fogo são bem nítidos quando o local é fechado.
A chama baixa sugere uma resposta negativa, a chama elevada uma positividade. A chama inerte uma posição que deve ser repensada e o extinção da chama um mau presságio para a situação.
Uma coisa importante e que deve ser observada é manter um distanciamento pessoal entre você e a situação, afim de que suas intenções não intervenham na questão. É por isso que muitas vezes se aconselha que não se faça auto-consultas em determinados tipos de oráculos.


Achei desnecessário falar isso mas aqui vai um lembrete: Abra e feche os círculo ao fazer este ritual divinatório, em especial se este for feito fora de casa...para evitar intrusos astrais.


Um grande abraço, 
                                        Raphael Convoitise 



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